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terça-feira, 3 de agosto de 2010
E o mais novo Patrimônio Cultural da Humanidade é Sergipano!
terça-feira, 27 de julho de 2010
A Grande Serpente e os 33 anos do Grupo Imbuaça
matéria publicada no site do Jornal da Cidade
No dia 28 de agosto do corrente ano, o Grupo Imbuaça estará comemorando 33 anos de existência e resistência. São mais de três décadas de luta, sacrifício e dedicação à arte cênica de rua, sobretudo, ainda que alguns de seus 14 espetáculos de repertório tenham sido adaptados para o palco.
Para brindar em grande estilo a passagem de mais um jubileu, o grupo este mês de julho, estará estreando a peça “A Grande Serpente” do dramaturgo potiguar, Racine Santos, sob a direção geral do conterrâneo João Marcelino. Serão apenas duas apresentações no Teatro Tobias Barreto, às 21h, sendo a primeira no dia 27 de julho (para convidados e público em geral) e a segunda, dia 28 de julho (para o público em geral).
João Marcelino, que já dirigiu o Imbuaça em “A Farsa dos Opostos” (1992), “Chico Rei” (1995), “Auto da Barca do Inferno” (1997) e “Senhor dos Labirintos” (1999), volta a ocupar o posto de diretor do grupo, após uma década, além de ser responsável pela concepção do figurino e cenários.
Em “A Grande Serpente”, a história se passa em meio à caatinga, num povoado isolado, a partir do momento em que a seca começa a castigar os habitantes do local, por conta do inexplicável esvaziamento da fonte provedora de água.
O coronel do lugarejo, Arão, procura explicação para o problema. Ele é alertado pela louca, Joana, que ele próprio, sem saber, é o causador da desgraça que se abate sobre o lugar. Tudo isso parece estar ligado ao seu casamento com Tamar, envolto em tons trágicos edipianos.
“A ação toda da peça, o tempo inteiro, reforça onde aquelas figuras estão localizadas. Estão no meio de uma caatinga, um local intransponível onde ninguém consegue entrar e nem sair.
Naturalmente, que interpretamos isso como uma grande metáfora. Que universo é esse? Que poço é esse que seca? E para que ele torne a estar cheio, ele depende de uma única coisa: que o trágico daquela família seja resolvido. No momento em que a verdade é revelada, a cidade volta a ter paz, o poço enche, ‘a grande serpente’ desaparece. Enfim, o espetáculo funciona como uma alegoria bem interessante”, explica João Marcelino, que recebe um suporte na direção do ator Lindolfo Amaral.
O diretor, inclusive, iniciou uma relação profissional com o grupo Imbuaça, na época em que foi montada “As Irmãs Tenebrosas”. Foi no final dos anos 80, quando o diretor Marcelo Souza convidou-o para trabalhar na montagem desta peça, que João Marcelino conheceu de perto os atores Mariano, Rivaldino, Carlos Maria das Dores, Isabel Santos, Antônio Campos, Antônio Augusto, Lindolfo Amaral e Valdice Teles.
“Por conta de um imprevisto, o Marcelo Souza não dirigiu este trabalho, mas fui convidado para compor o figurino. Já tinha assistido apresentações do grupo em Natal e Campina Grande, mas a gente não tinha cruzado os caminhos de forma mais próxima. A partir desse trabalho bem sucedido, fui convidado, então, para dirigir um espetáculo. O primeiro foi “A Farsa dos Opostos”, diz.
A experiência foi um divisor de águas na história do grupo, sobretudo, sob o ponto de vista estético. A parceria deu tão certo, que João Marcelino dirigiria mais três grandes espetáculos, tendo como ápice “Senhor dos Labirintos”.
“Experimentei peças de vários estilos com o grupo sergipano: espetáculos de rua, sobre tablado, campais... ‘Senhor dos Labirintos’ foi um grande espetáculo, mas que poderia ter sido mais bem maturado. Acredito que esse tempo de maturação, de ajuste, conseguimos ter agora com ‘A Grande Serpente’”, explica João Marcelino.
Desde o mês de janeiro que os atores vêm se preparando para a montagem desse texto de Racine Santos. Os ensaios seguiram quase que diariamente com uma pausa em fevereiro/março e retorno das atividades em abril. Parte desse trabalho aconteceu sob a supervisão de João Marcelino. Na sua ausência, Lindolfo Amaral foi incumbido de coordenar o grupo.
Contando com o patrocínio da Secom do Estado, através do Fundo Estadual de Patrocínio para Projetos Sócio-culturais e de Comunicação Social e com o apoio da Secretaria de Estado da Cultura (Secult) e Sebrae “A Grande Serpente” tem elenco formado por Isabel Santos, Iradilson Bispo, Manoel Cerqueira, Luciano Lima, Rita Maia, Rosi Moura, Késsia Mecya, Talita Calixto e Carlos Wilker. A iluminação será assinada por Denys Leão e a trilha ficará a cargo de Eduardo Pinheiro e João Marcelino. O projeto gráfico ficou a cargo de Mingau e as fotos Vinícius Fontes.
Concepção das máscaras Iradilson Bispo; preparador vocal, Pablo Macedo e operação de som, Rogers Nascimento.
Trajetória do Imbuaça
A perseverança parece ser a marca do Grupo Imbuaça que nasceu com o nome de “Aspectrus”, em 1977, fruto de uma oficina de teatro promovida pela Secretaria de Educação e Cultura. O nome logo mudaria para Imbuaça, em homenagem ao embolador, Mané Imbuaça, visitante ilustre dos ensaios do grupo de teatro, morto misteriosamente na Praia de Atalaia.
Sempre tendo como elemento fundamental para a construção da dramaturgia, a literatura de cordel, a primeira peça encenada pelo grupo foi “O Matuto com Balaio de Maxixe”, uma adaptação de Antônio Amaral. A partir daí, cerca de 30 espetáculos já foram montados pelo grupo que, atualmente, apresenta como atores fixos, Lindolfo Amaral, Isabel Santos, Iradilson Bispo, Manoel Cerqueira, Luciano Lima, Rita Maia, Rosi Moura, Kessia Mecya, Talita Calixto e Carlos Wilker.
“Completar 33 anos de atividades ininterruptas com teatro de rua, num país como o nosso, é um ato de resistência. Somos uma referência nacional desse tipo de representação cênica, assim como é o pioneiro Teatro Livre da Bahia, fundado em 1968 e extinto em 1980. No entanto, continuamos nossa jornada e influenciamos o surgimento de grupos em outros Estados, a exemplo do Alegria, Alegria de Natal, Quem Tem Boca Pra Gritar de Campina Grande e Joana Gajuru de Maceió”, explica Amaral.
Inicialmente, com peças voltadas para a rua, o Imbuaça foi criando adaptações para espaços fechados e deu certo também. “Teatro Chamado Cordel” (1979) e “A Farsa dos Opostos” (1992) foram os dois espetáculos até hoje mais requisitados para apresentações. Já “Senhor dos Labirintos” (1998) que retrata a história de Arthur Bispo do Rosário, mostrando como binômio loucura e criação caminham juntos, foi um dos grandes sucessos na carreira do Imbuaça, sendo respaldado tanto pelo público como pela crítica.
A última grande montagem do grupo foi o espetáculo “Desvalidos” baseado no livro homônimo de Francisco Dantas, que recebeu o patrocínio da Petrobras. Encenado uma série de vezes, desde que estreou em junho de 2004, a peça foi dirigida por Rodolfo García Vazquez e teve como diretor de arte Fábio Namatame. Com trilha sonora idealizada por Joésia Ramos, Desvalidos na visão de Lindolfo Amaral foi uma boa adaptação do livro de Chico Dantas.
No ano passado, o grupo encenou “O Mundo Tá Virado, Tá no Vai ou Não Vai. Uma Banda Pendurada, a Outra em Breve Cai” onde a cultura popular contemporânea é o foco principal. A encenação orienta-se na forma tradicional e ingênua do teatro de rua, enfatizando sobremaneira o trabalho de ator e sua capacidade de prender o público que passa.
O texto adaptado por Iradilson Bispo, que também assinou a direção, figurino e trilha sonora, é simples e de fácil comunicação, reunindo fragmentos da literatura de cordel, alinhavados pela música e pela dança folclórica. Desta forma, o Imbuaça segue a sua pesquisa de linguagem em torno do personagem-tipo, mergulhando também no vasto universo da Cultura Contemporânea.
sexta-feira, 23 de julho de 2010
O azar consome a The Baggios? De jeito nenhum!
A The Baggios é uma banda sergipana. Um duo composto por guitarra e bateria. Respectivamente Júlio Andrade e Gabriel Carvalho. A banda nasceu em 2004, na cidade histórica de São Cristóvão. Tem a peculiaridade de ser formada por apenas dois integrantes: Julio Andrade (guitarra e voz) e Gabriel Carvalho (bateria). A dupla bebe pincipalmente do Blues, mas passeia também pelo Rock e Garage. As letras são simples e o som direto, sem firulas. A dupla já se apresentou em festivais como Big Bands (SSA), Música para todos os ouvidos(SSA), Projeto Verão (SE), Festival Mundo (JP), Festival Dosol (RN), Feira Noise(BA), fez uma turnê de 6 shows pelo Nordeste e acabou de fazer uma turnê de 7 shows pelo estado de São Paulo e está em fase final de mixagem do seu Disco Oficial.
01. O Azar Me Consome
02. Can’t Find My Mind
03. Canção dos Velhos Tempos (Jam Version)
Ficha Técnica
Júlio Andrade: Guitarras e voz
Gabriel Carvalho: Bateria
Fotografia por Snapic
Arte Gráfica por Júlio Andrade
Mixado por Léo Airplane e Júlio Andrade
Faixa 01: Gravada no Estúdio C4, São Paulo-SP, em março de 2010
Faixa 02: Gravada no Estúdio Caranguejo Records, Aracaju-SE, em fevereiro de 2010
Faixa Bônus: Gravada ao vivo no Estúdio DdB. Participação de Igor Cortês tocando flauta. Aracaju-SE, maio de 2009
texto do blog O INIMIGO
segunda-feira, 5 de julho de 2010
"54-46 was my number!!!"
02-Dexys midnight runners - come on eileen
03-Soft cell - tainted love
04-Underpass flares (dialogue)
05-Gravenhurst-nicole
06-Cynth dad (dialogue)
07-Al murray and the cimarons - morning sun
08-Shoe shop (dialogue)
09-Toots and the maytals - louie_louie
10-Toots and the maytals - pressure drop
11-Hair in cafe (dialogue)
12-The specials - do the dog
13-Ludovico einaudi - ritornare
14-This is england (dialogue)
15-The upsetters - return of django
16-Uk subs- warhead
17-Ludovico einaudi - fuori dal mondo
18-Strawberry switchblade - since yesterday
19-Tits (dialogue)
20-Percy sledge - the dark end of the street
21-Ludovico einaudi - oltremare
22-Clayhill - please please please let me get what i want
23-Ludovico einaudi - dietro casa
24-Gavin clark - never seen the sea
quinta-feira, 27 de maio de 2010
Luiz Gonzaga canta Sergipe
A música popular brasileira teve em Luiz Gonzaga (1912-1989) um de seus mais significativos representantes no século XX. É unanimidade dizer que ele foi o maior cantador do Nordeste. Em Pernambuco, seu estado natal, é considerado um ídolo. Enfim, o velho “Lua”, apelido carinhosamente atribuído por um amigo em 1941, foi um daqueles poucos artistas incontornáveis quanto a sua contribuição para a cultura nacional. Suas canções são patrimônios incontestes. Por seu legado, ele recebeu várias homenagens pelo país: estátuas, bustos, títulos, museu, memorial, parque, ruas, praças e sites. Em Aracaju, por exemplo, temos o Gonzagão; um freqüentado espaço cultural da cidade.
Mas o “rei do Baião”, título que conquistou no auge do sucesso, além de ser homenageado por sua obra, também fez homenagens, a exemplo de Sergipe. Assim, personagens, lugares e costumes de nosso estado estão representados em algumas de suas músicas. Talvez, isto tenha sido uma forma de agradecer o carinho com que era aqui recepcionado; ou ainda se configure um indício das boas lembranças que nosso estado lhe deixara. Vejamos, então, como Sergipe comparece no cancioneiro do mestre de Exu.
Aqui, nas terras sergipenses, Luiz Gonzaga mantinha algumas amizades. Dentre elas, a de Pedro Chaves, ex-prefeito de Propriá. Para seu amigo, ele compôs “Forró de Pedro Chaves” (Luiz Gonzaga, 1967, RCA Victor). A letra narra uma festa, de “parar o comércio” com fogueira, ronqueira (arma com pólvora que detona com estrondo), zabumba, bebidas e forró na casa do Sr. Chaves, na cidade ribeirinha. Anuncia-se um típico forrobodó, baile popular, comum na zona rural do Nordeste e, especificamente, de Sergipe. Desse modo, a lembrança que traz do Pedro Chaves é seu espírito festeiro; o que muito agradava ao rei do baião que já cantara e tocara na fazenda Cabo Verde, em Própria, do seu amigo e então prefeito da cidade.
Além do político propriaense, Gonzagão - outra alcunha por ele utilizada – cantou também em ritmo de baião “Propriá” (Guio de Morais e Luiz Gonzaga, 1951, RCA Victor). Nesta música, Gonzaga manifesta a intensa saudade e o desejo de retorno à cidade. Lá, conforme a letra, ele deixara tudo de que dependia: a família, o roçado e a amada. Por isso, o baião termina assim: “a minha vida tá todinha em Propriá”.
Outra cidade sergipana, na região sob influência de Propriá, também foi cantada por mestre Lua: “Malhada dos Bois” (Luiz Gonzaga e Amâncio Cardoso, 1957, RCA Victor). Malhada fica a 82 Km de Aracaju e se tornara cidade em 1953. Segundo se sabe, Luiz Gonzaga começou a escrever sobre o pequeno povoado ainda na fazenda do já referido amigo Pedro Chaves, na zona rural de Propriá. A letra discorre sobre um convite de um enamorado à sua amada: “vamos fugir, meu amor/ para Malhada dos Bois”, lá o personagem pretendia casar e “ter filhinhos depois”.
A fuga de casais era costume praticado pelo nordestino, cujo namoro era impedido pela família da pretendida. Fugir era o primeiro passo para consumação do casamento contrariado. Certamente, a única atração da então pequena povoação sergipana seria o abrigo bucólico, próprio para casais em fuga, onde hoje ainda existem os refúgios da fonte de Itapicuru e de pontos da Mata Atlântica, cuja pastagem ou malhada para o gado bovino ainda não as extinguiu.[1]
Além de Própria e Malhada dos Bois, mais uma cidade sergipana foi evocada pelo sanfoneiro do Araripe. Trata-se de Canindé de São Francisco. A música “São Francisco de Canindé” (Julinho e Luiz Bandeira, 1977, RCA) alude à proteção do santo que, enchendo o rio, acaba com a seca no sertão, tema caro na musicografia gonzagueana. Na canção, o povo de Canindé ora com fé a pedir chuva, pois o rio virara “um deserto de pedra e pó/ a noite se avermelhou/ de tão quente o céu e o chão”. Cena tradicional nos diversos ciclos de seca por que passou o Nordeste. Mas os pedidos fervorosos de chuva aos santos são eficazes na cultura católica sertaneja. Assim, portanto, finaliza a toada: “De repente choveu bonito/ O rio encheu de fazer maré (...). Fazer bem é seu poder/ São Francisco em Canindé”. Porém, mais do que a irregularidade do tempo ou força da intervenção divina, sabe-se que a população nordestina amargou sucessivos desgovernos de órgãos e autoridades públicas que se ocuparam da seca ao longo do século XX.[2]
As três cidades sergipanas homenageadas no cancioneiro de Gonzagão ficam na região do Baixo São Francisco. Canindé, no entanto, é a mais distante da capital, a 200 Km, na micro-região do sertão sanfranciscano. Contudo, a Canindé recitada por Luiz Gonzaga não existe mais. Ela foi inundada em decorrência da construção da Usina Hidrelétrica de Xingó, em fins da década de 1980. Uma nova Canindé foi construída noutra área mais elevada, a quatro quilômetros da sede anterior. Atualmente, o município é um dos atrativos turísticos de Sergipe, justamente por oferecer, entre outras coisas, culinária ribeirinha, banhos e passeios pelos cânions e lago formado pela barragem da usina.
Entretanto, se antes a região vivia o dilema das secas, como expressa a música cantada pelo rei do baião, hoje o tema que também atormenta o Baixo São Francisco é a transposição fluvial para irrigar e abastecer zonas do Nordeste setentrional. Caso isto ocorra, conforme os adversários do projeto, nem com reza forte o rio voltará a ser vital para as populações ribeirinhas e cidades por ele abastecidas, como Aracaju.
A praia de Atalaia, um dos nossos pontos turísticos mais importantes, foi homenageada na música “Adeus Iracema” (Zé Dantas e Luiz Gonzaga, 1962, RCA Victor). A toada menciona as principais praias do Nordeste e sobre a nossa diz: “Navega [oh! Jangada]/ No Nordeste pela praia/ (...)/ Quero ver minha Atalaia”. O narrador se identifica com nosso cartão postal, tomando-o para si e demonstrando intensa saudade do paraíso sergipano.
Em meados do século XX, quando a música foi escrita, a Atalaia se anunciava como a mais nova e atraente opção de lazer e veraneio de Aracaju.[1] Pois, desde a construção da ponte velha sobre o rio Poxim em 1937, ligando a capital ao então povoado de pescadores, os aracajuanos substituíram, paulatinamente, o banho ribeirinho pelo oceânico. Isto se acentuou após a inauguração, em 1957, de uma nova ponte sobre o Poxim para ligar o balneário de Atalaia e o aeroporto Santa Maria (1958) ao centro da cidade, facilitando o acesso dos turistas que aqui aportavam. Desde então, a velha Atalaia com casas de palha, coqueirais, areias alvas, mar aberto, além de bares e restaurantes com comidas típicas sempre foi o éden de poetas e cantadores, como Luiz Gonzaga.
Quanto ao Batistão - Estádio Estadual Governador Lourival Baptista –, principal praça de esportes de Sergipe e a mais moderna do Norte/Nordeste, à época, o velho sanfoneiro gravou seu hino. Na segunda estrofe, o rei do baião entoa: “No gramado do Batistão/ Enquanto o craque chuta a bola/ As crianças dão lição/ Nosso estádio tem escola/ O estádio de Sergipe/ É o mais completo da nação/ Dá ao povo futebol/ E à infância educação”. (Hugo Costa e Luiz Gonzaga, 1969).
Além do esporte bretão, o Batistão possuía dez salas de aula para atender 1.200 (mil e duzentos) alunos em três turnos, ou seja, educação e esporte estavam presentes no mesmo sítio como atividades complementares. Hoje, as salas são ocupadas por sedes de federações de esportes. Inaugurado em 09 de julho1969, um ano antes da conquista do tri-campeonato pelo Brasil da copa mundial de futebol no México, o Batistão é um marco na história do desporto sergipano. A seleção brasileira de futebol, inclusive, participou do jogo inaugural e venceu a seleção sergipana por 8x2. Na abertura oficial da solenidade, Luiz Gonzaga cantou o hino do estádio, momento inesquecível para quem participou da festa.[2]
[1] Melins, Murillo. Aracaju romântica que vi e vivi: anos 40 e 50. 3. ed. Aracaju: Unit, 2007. p. 267-274.
[2] Especial Batistão 40 anos. Cinform. Aracaju, edição 1.369, 06 a 12 de julho de 2009.
Aracaju Magazine, Aracaju, n. 135, p. 30-35, 2010
[1] CRUZ e SILVA, Maria Lúcia Marques & MENDONÇA, J. Uchoa de. Sergipe panorâmico. 2. ed. Aracaju: Unit, 2009. p. 299-300.
[2] VILLA, Marco Antonio. Vida e morte no sertão: história das secas no Nordeste nos séculos XIX e XX. São Paulo: Ática, 2000.
[1] DREYFUS, Dominique. Vida do viajante: a saga de Luiz Gonzaga. São Paulo: Editora 34, 2000. p. 196.
[2] ARAGÃO, Carlos R. Britto; PRATA, W. Luiz. Propriá 200 anos: notas e fotos do bicentenário. Aracaju: Sociedade Semear, 2002. p. 66.
[1] Professor e coordenador dos cursos de Turismo do Instituto Federal de Sergipe. E-mail: acneto@infonet.com.br
quarta-feira, 12 de maio de 2010
O Olho da Mão Camisaria e etc.
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quarta-feira, 5 de maio de 2010
O Chico operário...
Amou daquela vez como se fosse máquinaBeijou sua mulher como se fosse lógicoErgueu no patamar quatro paredes flácidasSentou pra descansar como se fosse um pássaroE flutuou no ar como se fosse um príncipeE se acabou no chão feito um pacote bêbadoMorreu na contra-mão atrapalhando o sábado.Chico Buarque em Construção
Construção foi o quinto álbum de Chico Buarque. Lançado em um dos périodos mais críticos da ditadura militar, ele é um marco de mudança no trabalho de Chico como compositor, onde ele começou a fazer críticas mais diretas ao regime militar, sendo alvo de censura em muitas das letras, como a faixa título. "Samba de Orly", composta em parceria com Vinícius de Moraes e Toquinho fala sobre o exílio, o que gerou sua censura parcial.
Um clássico do início ao fim, esse álbum de 1971 foi produzido por Roberto Menescau e traz as participações do grupo MPB-4 em 5 faixas e de Tom Jobim em uma. Traz muitas das canções mais conhecidas da carreira, e clássicas composições em parceria com Vinícius de Moraes: "Desalento", "Olha Maria (Amparo)", "Samba de Orly" e "Valsinha".
"Construção" foi eleito pela revista Rolling Stone o 3° melhor disco de música brasileira de todos os tempos, e também se encontra no livro "1001 discos para se ouvir antes de morrer" escritos por críticos musicais do mundo todo.
Podia nem ter todos esses atrativos, e ser indicado só por ser "mais um disco do Chico". Mas como todo clássico tem que ter lendas pra torná-lo inesquecível... Sejam bem-vindos ao canteiro de obras!
Chico Buarque - Construção [1971]
01. Deus lhe pague (C.Buarque)
02. Cotidiano (C.Buarque)
03. Desalento (C.Buarque/V.de Moraes)
04. Construção (C.Buarque)
05. Cordão (C.Buarque)
06. Olha Maria (Amparo) (C.Buarque/V.de Moraes/T.Jobim)
07. Samba de Orly (C.Buarque/Toquinho/V.de Moraes)
08. Valsinha (C.Buarque/V.de Moraes)
09. Minha história (Lúcio Dalla versão de C.Buarque)
10. Acalanto (C.Buarque)
Participações Especiais:
MPB-4 vocais nas faixas 1, 3, 4, 7 e 9.
Tom Jobim piano na faixa 6.
Sinta a essência AQUI.
sábado, 17 de abril de 2010
Alessandra Leão
Ao invés de polimento, suavidade ou as sonoridades mais hype, o CD da ex-integrante do Comadre Fulozinha gritava sua aspereza, revelando também uma surpreendente compositora, com um raro frescor no manejo da música tradicional do litoral e Zona da Mata nordestina. O paralelo mais imediato para situar as referências seria o amigo Siba e sua Fuloresta do Samba, que também escondem por trás de sonoridades ancestrais uma radical atualidade.
Mas o disco de estréia, ainda que farto em contrapontos e usando algumas guitarras, ainda era um tanto reverente às tradições de que se apropriava. Pois neste novo CD - Dois Cordões, a coisa amadureceu como se décadas, e não anos, houvessem passado.
Nele, a idéia de arranjo e sonoridade (obra do produtor/arranjador/instrumentista Caçapa) é inseparável do resultado final: uma combinação 100% inédita dos timbres de três guitarras elétricas (de 6, 7 e 12 cordas), em camas quase nunca harmônicas, mas sim complexamente polifônicas. Tecidos sonoros que devem tributo tanto aos estudos eruditos europeus de contraponto e fuga quanto a escuta atenta dos mestres da música africana, igualmente polifônica e não-harmônica.
E essa meticulosa rede de vozes instrumentais é alicerçada à terra não por acaso por um místico (e mítico) trio de ilús: tambores de pela utilizados nos terreiros de Xangô (como é conhecido o candomblé em Pernambuco). E a moldura do disco é essa. Pouco mais, pra dar molho: um pandeiro aqui, caxixis ali, talking drums, güiro, ganzá, eventuais coros.
Só que nada disso seria mais do que curioso ineditismo se, sobre essa tessitura, não flutuasse como ave rara a voz de Alessandra. Uma voz por vezes doce e jovial, por vezes crestada numa alegria ancestral que ecoa essa gente simples dos interiores de Norte e Nordeste, gente que canta porque não sabe não cantar. Essa gente humilde e feliz, feliz de uma felicidade muitas vezes incompreensível para urbanos e/ou sulistas.
Mas do que fala essa voz? Sobre o que escreve essa compositora única, que abre as asas sobre o chão de terra e paira sobre o mundo, sobre sentimentos universais, sobre dramas de qualquer cidadão do planeta? Fala de (ser) par, de dualidade, de chegadas e de partidas. Fala de Ogum e de Iemanjá. De amor e violência, fogo e mar, tradição e contemporaneidade. África e América, elétrico e acústico.
Tensão e festa.
Fala de gente.
E é essa, acima de tudo a força desses Dois Cordões. É um disco de gente. Gente falando de gente.
Texto: Arthur de Faria
http://www.myspace.com/alessandraleao
ALESSANDRA LEÃO - Dois Cordões [2009]
01. Varanda
02. Boa hora
03. Bom dia
04. Atirei [Part. Jorge du Peixe/Nação Zumbi]
05. Fogo [Part. Victoria Sur e Florencia Bernales]
06. Luzia, rainha do baianá/ Tombo do navio
07. Trancelim
08. Andei
09. Partilha
10. Vou me balançar
11. Ai, dendê
12. Chave de ouro [Part. Kiko Dinucci]
Sinta a essência aqui.
Ficha Técnica:
Alessandra Leão voz, pandeiro, caxixis e composições
Caçapa arranjos, producao musical e guitarra de 12 cordas.
Juliano Holanda guitarra de 6 cordas e vocal
Rodrigo Samico guitarra de 7 cordas e vocal
Carlos Amarelo Ilú, tama, triângulo, tamborim e vocal
Guga Santos Ilú, tama e vocal
Homero Basílio Ilú e caxixis
CONTATOS / CONTACTS:
Vitrô Recife Produções
55 81 81 92449612 / 91952181
vitroproducoes@gmail.com / dois.cordoes@gmail.com
quinta-feira, 15 de abril de 2010
Música - Cultura - Mestizaje
O Frontline Guerrilla Sonora é um soundsystem coletivo, vindo da Cidade do México, formado por Joaquín Echenique, Quique Macias, DJ Zeus e outros artistas convidados.
"Cansei da frase polida / por anjos da cara pálida (...) / agora eu quero a pedrada / chuva de pedras palavras / distribuindo pauladas."Paulo Leminski