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sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Blaxploitation


Em 1965, o então jovem ator negro Sidney Poitier estrelou, ao lado de Anne Bancroft, um thriller chamado 'The Slender Thread'.

Apesar de os filmes de Poitier, feitos por grandes estúdios, sugerirem que era possível aos negros serem plenamente aceitos pela sociedade americana, a realidade era bem diferente. Protestos raciais pipocavam em várias cidades dos EUA. Os Panteras Negras, com um grande número de seguidores nas áreas pobres das grandes cidades, pregavam a revolta armada. Apesar da influência positiva dos filmes de Poitier na sociedade, eles simplesmente não refletiam a vida da maioria dos cidadãos negros da época. Então, grandes artistas "black" como Funkadelic, The Impressions, Sly and Family Stone e James Brown começaram a produzir músicas contendo mensagens políticas, emolduradas por um irresistível balanço. As paradas de R&B provaram que a procura de "música com mensagem" estava em alta. E as platéias negras americanas queriam, do mesmo modo, cinema que refletisse a sua realidade, seu dia-a-dia.
É nesse contexto que surge um movimento chamado Blaxploitation.
Filmes de baixo orçamento muito em voga na década de 70 interpretados e realizados por pessoas de raça negra, cujas histórias tratavam, de uma forma sensacionalista, temas carregados de sexo e violência. Embora este tipo de filmes explorasse os estéreotipos associados aos negros, possibilitou um aumento do número de papeis disponíveis e permitiu
que a comunidade pudesse ser vista nos papéis principais. O Blaxplotitation deixou seu legado, como ícones da Black Music que se tornaram mais populares através de sua participação nas trilhas desses filmes: Isaac Hayes (Shaft), Curtis Mayfield (Superfly), James Brown (Black Cesar), Barry White (Together Brothers); além de ter revelado atores de destaque do cinema americano, como a belíssima Pam Grier (oh Pam!), e os grandes Richard Pryor e Richard Roundtree. O baixo orçamento dos filmes criava fatos curiosos, como em Sweet Sweetback Baadasssss Song (precursora do movimento blaxploitation), onde Melvin Van Peebles ganhou o status de "autor" de cinema independente.Melvin dirigiu, escreveu, produziu, atuou e criou a trilha sonora. Ganhou uma legião de fãs a partir dos anos 80, entre eles, Quentin Tarantino.

Um comentário:

  1. Primeiro, já estava pensando em ser corporativista e te tirar ponto na prova... pois pensei: "como um blog bom desses não está sendo atualizado?" Eis que meu pedido-pensamento foi atendido. Confesso, meu caro, que o texto do Ataulfo eu já tinha lido em algum meio, que não me lembro... Fora que (sim, sei que uma das tuas propostas é expressar aqui o que você anda lendo também, dái o texto sobre o Ataulfo não ser assinado por você) vim correndo para ler o que VOCÊ tinha escrito (coisa de blogueiro). E vai a crítica: ÓTIMO! Muito bom mesmo, rapaz, só por lembrar a grande (gostooooosaaaaaa) Pam Grier já mereceu meus minutos de leitura, que afirmo: foram bem agradáveis! Elucidativo o texto, bem dosado! Vou aguardar por mais!

    Três S para ti: Salve, salve e Saravá!

    Ps. Putz, tenho que dizer de novo: a Pam é muito gostosa, ô negra gostosa... ô saudade da minha preta! Hehehe! Ai, ai! E dá-lhe samba e choro na veia - vício bendito!

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"Cansei da frase polida / por anjos da cara pálida (...) / agora eu quero a pedrada / chuva de pedras palavras / distribuindo pauladas."

Paulo Leminski