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terça-feira, 26 de janeiro de 2010

ChicoCorrea & Electronic Band


“Não queremos levantar nenhuma bandeira de resgate, mas pegar ritmos locais e mostrá-los de forma espontânea”, diz Esmeraldo Marques, que atende pelo codinome de Chico Correa em homenagem a Chick Corea, músico que nos anos 70 foi o precursor da fusão do jazz com linguagens musicais tecnológicas.


Jazz? Música erudita? Forró? Bossa? Eletrônica? Reggae? Funk? Baião? Rock?

O multiinstrumentista paraibano Esmeraldo Marques responde "sim" a todas as alternativas anteriores. Homenageando (e "abrasileirando") o ícone jazz-funk Chick Corea (e sua Electric Band), ChicoCorrea & Electronic Band expande os horizontes da música nordestina para muito além da afrociberdelia do mangue beat.
Corrêa, que é baiano de Juazeiro e atualmente vive em João Pessoa, também utiliza músicas folclóricas de domínio público em seu repertório. Isto foi resultado de pesquisa que ele desenvolveu quando foi bolsista do Laboratório de Estudos da Oralidade, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).

Sampler, pedais de eco, scratches e programas de computador são apenas instrumentos a mais que, além de teclados, guitarra, baixo e percussão, convivem em harmonia caótica, correndo atrás do groove. O regionalismo é marcante, mas também é universal e de repente um pandeiro pode ser uma base de ragga, que vira um drum'n'bass, que quase sempre descamba para jam sessions de ritmo e psicodelia nordestina.

Em 2008 o grupo se juntou ao quadrinista Shiko e ao coneasta Carlos Dowling e fizeram do vídeo da música Lelê um curta-metragem de animação, que foi exibido inclusive no Festival Anima Mundi 2008.
"Fizemos uma primeira versão pro FIC, depois recebemos uma proposta de uma empresa do Rio de Janeiro para fazer uma versão mais alongada e essa foi uma das razões da demora", conta Carlos Dowling que dirigiu, juntamente com o Shiko, "Lelê". A animação ficou a cargo de Daniel Monguilhott.

O primeiro cd do grupo, lançado em 2006 foi todo disponibilizado em um site japonês, chamado Bump Foot, segue abaixo o link pra quem quiser embarcar nessa viagem:

ChicoCorrea & Electronic Band [2006]

1. Eu pisei na pedra
2. Cantador
3. Mangangá
4. Bossinha
5. Coco de elevador
6. Terra
7. Baião Lo-Fi
8. Lelê
9. Odete [remix 2006]
10. Baile muderno
11. Descanso de tela
12. Cantador [Armando Antônio remix]
13. Bossinha [Aquilez remix]

Sinta a essência aqui!
(O legal é que nesse link você também pode baixar as músicas separadamente)

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Andreia Dias

(...) avassalador. Se este disco pudesse ser absorvido
a ponto de virar referência, o futuro da música do Brasil seria brilhante.
Marcus Preto, Revista Rolling Stone (Jan. 2008)


A cantora e compositora Andreia Dias, conhecida por seu trabalho na Banda Glória e na DonaZica, estréia com uma disco impecável, Vol. 1. Em seu primeiro trabalho solo, Andreia apresenta um repertório surpreendente e original. Ela assina todas as canções (duas em parceria com Iara Rennó) e produção ficou a cargo do baterista Guilherme Kastrup. Durante as gravações, Andreia cantou ao lado do guitarrista cearense Fernando Catatau, do baixista Luque Barros, de Marcelo Jeneci nos teclados e do próprio Guilherme Kastrup. O CD ainda teve participações da DonaZica, Osvaldinho da Cuíca, e outros amigos.

Vol. 1, foi masterizado nos Estúdios YB por Gustavo Lenza e saiu pelo selo independente Scubidu Records, com distribuição física e digital pela Tratore.

Vol. 1 tem sido muito bem recebido tanto no Brasil como no exterior. Revistas de destaque como Rolling Stone, VejaSP, Carta Capital e os principais jornais elogiaram a originiladade das composições e a sonoridade única, bastante diversa do que a maioria das cantoras atuais tem mostrado. Uma das canções do CD, Asas, tem feito bsatante sucesso no Garageband.com, onde venceu uma série de prêmios como Track of the Week, Best Female Vocals e Rocking Track na categoria World Music. Além dos prêmios, Andreia foi descrita como “uma máquina melódica”. De fato, suas performances e sua voz fazem de suas músicas uma experiência inesquecível.

Depois de algum tempo no Rio de Janeiro, a paulistana Andreia Dias resolve voltar para a casa, ela estava desiludida com o cenário musical brasileiro. Nessa volta, Andreia conhece Iara Rennó, com quem logo vê a necessidade de criar um movimento musical coletivo, juntando suas forças criativas sob um nome comum. O resultado foi o Projeto Zigzira, que originou a banda DonaZica, hoje bastante conhecida por suas apresentações marcantes. Com a banda, Andreia teve sua composição Vampiro Tupiniquim premiada no Festival de Música da PUC

Em 2003, Andreia é acolhida por Frederico Mazzucheli na Banda Glória, onde interpreta, entre outras, diversas músicas de sua autoria. Na própria Banda Glória Andreia conheceu os músicos que participariam da produção de seu primeiro disco, o Vol. 1 de uma trilogia, que diz-se por aí, já está praticamente toda composta. Guilherme Kastrup e Marcelo Jeneci demonstram grande interesse nas composições de Andreia e assumem a produção do disco. O resultado é uma sonoridade que desponta com a força e originalidade que se espera de uma artista como Andreia.

(Texto extraído do site da Andreia Dias)

Saiba mais sobre a moça: SITE // MYSPACE // SCUBIDU RECORDS

ANDREIA DIAS - Vol.1 [2007]

01. Asas
02. Bode
03. Homem
04. Seu retrato
05. O fio da comunicação
06. Vampiro tupiniquim
07. Veia urbana
08. Madrugada
09. Libido
10. Não mais que um dia
11. Linfa ácida

Sinta a essência aqui!
ou
Baixe pelo site da Scubidu Records


segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Se vê que vai cair deita de vez!


Ainda pivete, graças ao rádio "Transglobo" de seu pai, Junio Barreto começou a notar que a distância entre Caruaru e o resto do mundo era menor do que sugeriam os livros de geografia. Sabedor da ausência de fronteiras da música, guardou os ritmos do agreste no juízo e se mandou, ainda adolescente, pro Recife. Aboios, violeiros, baião, banda de pífanos, frevo, coco, xaxado levou tudo junto em seu matulão. Impregnado de agreste, sertão e litoral, aportou na concrete jungle paulistana suavemente, sem alarde. Aos poucos São Paulo foi se abestalhando com o namoro de candomblé e drum’n bass celebrado pelo seu novo inquilino.
Voz de tenor, alma negra, o sossego em pessoa, Junio Barreto 40 anos, amigo e parceiro de Otto, lança agora seu primeiro disco solo.
Com 10 faixas, o independente "Junio Barreto", viabilizado pela lei de incentivo à cultura do governo de PE, tem o terreiro em sua essência, seja o terreiro de maracatu, de candomblé ou mesmo o pedaço de barro batido que abriga almas e passos em quintais pelo Brasil afora. São sambas conduzidos com melancolia e delicadeza, aboios que se transfiguram a partir de arranjos modernos e sofisticados. Nove das dez canções são da lavra do autor. A exceção só confirma a regra de que não se trata de um disco comum. Em "A Mesma Rosa Amarela", letra do poeta Carlos Pena Filho musicada por Capiba e anteriormente gravada por Maysa, o vozeirão de Junio é acompanhado por um esmerado piano acústico de Lincoln Antônio e por moogs, numa combinação de arrepiar. As demais composições, recheadas de vocábulos recriados, mostram um autor influenciado por Guimarães Rosa e Manoel de Barros e atento ao falares do agreste e do sertão. Revelam um compositor avançado em anos, não poeta extemporâneo: poeta de tempo próprio.
(texto retirado do Trama Virtual)

Junio Barreto - Junio Barreto [2004]

1. Qualé mago
2. Se vê que vai cair deita de vez
3. Amigos bons
4. Aclimação
5. Oiê
6. SantAna
7. Passeio
8. Do caipora ao mar
9. A mesma rosa amarela
10.
Se vê que vai cair deita de vez (Remix por DJ Tudo)

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domingo, 3 de janeiro de 2010

Salve Ogum, Salve Xangô!


O ano era 1975...
Gilberto Gil e Jorge Ben entram em estúdio para registrar em vinil uma das jam sessions mais lisérgicas de todos os tempos. Essa foi a definição que eu consegui axar para Ogum Xangô.
Cada um empunhando o seu violão, e acompanhados por um percussionista fizeram uma gravação acústica, com arranjos feitos totalmente no improviso, e músicas com 3 vezes o seu tamanho normal. O clima é de total liberdade, onde fica evidente o entrosamento dos dois.
Existem algumas curiosidades em torno do disco. O mesmo teve duas capas, uma do vinil original, e outra para o relançamento em cd. O álbum possui duas versões em cd, uma primeira, com as faixas editadas (as musicas beiram os 10 minutos, 4 delas conseguem até ultrapassar a marca), a segunda com as músicas em versões integrais. Em vinil, ele é um álbum duplo.
Outra lenda é que os caras estavam chapadíssimos quando rolou essa gravação... (Sinceramente, não duvido! Quando você ouvir o disco vai saber porque!).
Lendas que sempre acompanham as obras-primas. Embarquem nessa viagem!

Gil e Jorge - Ogum Xangô [1975]
1. Meu glorioso São Cristóvão 08:16
2. Nega 10:34
3. Jurubeba 11:37
4. Quem mandou (Pé na estrada) 06:51
5. Taj Mahal 14:42
6. Morre o burro fica o homem 06:03
7. Essa é pra tocar no rádio 06:19
8. Filhos de Gandhi 13:03

Sinta a essência.
"Cansei da frase polida / por anjos da cara pálida (...) / agora eu quero a pedrada / chuva de pedras palavras / distribuindo pauladas."

Paulo Leminski