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Praça São Francisco, Patrimônio da Humanidade!

domingo, 13 de setembro de 2009

Bayard Rustin e a Marcha para Washington por Trabalho e Liberdade


Quarta-Feira, 28 de agosto de 1963. O mundo assiste a 250 mil pessoas marcharem com direção a Washington buscando liberdade, trabalho, e o fim da segregação racial no território americano.Durante todo o dia os manifestantes (8 em cada 10 deles eram negros) oraram, cantaram e clamaram pedindo por justiça e respeito. O evento foi idealizado pelo reverendo Martin Luther King Jr., e contou com apoio de várias autoridades e personalidades simpatizantes da causa, como os atores Marlon Brando e Sidney Poitier, o escritor James Baldwin, os músicos Bob Dylan, Joan Baez. A Marcha sobre Washington por Trabalho e Liberdade teve conquistas evidentes, visto que as leis de direitos civis, e do voto foram aprovadas nos anos seguintes (respectivamente em 1964 e 65). Mas, Martin Luther King não teria conseguido atingir tal sucesso se não fosse a grande participação de seu braço direito, o político e militante pelos direitos civis Bayard Rustin (1912-1987). Rustin atuou por um bom tempo como conselheiro de Luther King, o ajudando em sua resistência não-violenta.Rustin era gay assumido, e um militante da cusa homossexual, classe onde ele via um novo alvo de preconceito e discriminação. Segundo ele, os gays seriam "os novos negros".
"O barómetro da nossa posição sobre a questão dos direitos humanos já não reside na comunidade negra, mas na comunidade gay. Porque é esta comunidade que é mais facilmente maltratada." (Bayard Rustin)

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Libertem a Palestina!


CONFISSÃO DE UM TERRORISTA

[ Mahmoud Darwich ]

Ocuparam minha pátria
Expulsaram meu povo
Anularam minha identidade
E me chamaram de terrorista

Confiscaram minha propriedade
Arrancaram meu pomar
Demoliram minha casa
E me chamaram de terrorista

Legislaram leis fascistas
Praticaram odiado apartheid
Destruíram, dividiram, humilharam
E me chamaram de terrorista

Assassinaram minhas alegrias,
Sequestraram minhas esperanças,
Algemaram meus sonhos,
Quando recusei todas as barbáries

Eles... mataram um terrorista

Mahmoud Darwish (1941-2008) - Poeta palestino, testemunhou a destruição de sua aldeia, Al Birweh, durante a implantação do Estado de Israel em 1948.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Vagarosa, ela vem chegando pra tomar seu espaço!


O rótulo da MPB ficou limitado. Ele é bem abrangente, afinal é música popular brasileira. E me considero isso. Quando vou fazer um som, me alimento do que gosto e, como muitos outros da minha geração, me alimento não só de coisas específicas. Gostamos de ouvir música da Jamaica, agora estou escutando música etíope. Não penso que [tipo de] música estou fazendo. Simplesmente faço um som. (Céu)


A "surpresa" finalmente começa a tomar ares de realidade, poderia ser facilmente o título desse post!
CéU (Maria do Céu Whitaker Poças), paulista radicada em Nova York iniciou sua carreira artística em 2002, vindo lançar seu primeiro disco, autointitulado, em 2006.Esse
disco apareceu na primeira posição nos rankings "Heatseekers (new artist)" e "World Music", e na posição 57 do "Hot 100", da Billboard, tendo vendido 60 mil cópias, só nos EUA. 2009 foi o ano do lançamento do segundo disco da CéU, Vagarosa. Conheci o disco por indicação de uma amiga baiana, Isabelly, que já me falava maravilhas do disco.Só pude confirmar... Vagarosa vem recheado de participações especiais, como BNegão, Thalma de Freitas, Los Sebozos Postizos,e o grande Luiz Melodia, entre outros.É sempre complicado superar um bom disco de estréia, mas Vagarosa é simplesmente sensacional! Espero que a moça continue nos presenteando. Ah, e pra quem quiser conferir o trabalho da moça ao vivo, dia 26/09 ela vai estar se apresentando em Salvador, na Concha Acústica.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

É doce morrer no mar...

A aproximação da viagem à Salvador me animou a falar um pouco desse disco que gosto tanto...

Em toda a obra de Dorival Caymmi (1914-2008) é marcante o amor que ele tinha pela Bahia de Todos os Santos, e pelo seu povo.As praias, os negros, os pescadores, o candomblé, ta tudo lá.
Canções Praieiras, lançado em 1954 é o trabalho que mais gosto dele.São 8 músicas que falam das praias, dos pescadores e suas canoas... é colocar pra ouvir e relaxar, com a voz grave de Dorival e apenas seu violão acompanhando.Dá pra sentir a brisa do mar balançando os coqueiros e a rede.
É interessante também a dualidade presente na música popular baiana (reflexo do próprio povo baiano), onde até os católicos mais fervorosos não deixam de pedir proteção, e estar sempre gratos aos orixás que protegem aquelas terras.
Fica aí a dica, escutem Canções Praieiras, grande disco!

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Um salve a Altamiro Carrilho!


"Aos cinco anos de idade eu vi o filho do vizinho soprando uma flautinha de brinquedo e pedi ao Papai Noel uma igual. Aos onze anos comecei a estudar com um flautista amador, um carteiro, que tocava em igrejas, em rodas de Choro e orquestrinhas da cidade. Depois comecei a estudar sério porque até então tocava meio de ouvido, como os cantores também cantavam de ouvido; as introduções a gente improvisava na hora, ficava mais leve. Nos anos 50, com o surgimento dos arranjos, tive que me esmerar mais nos estudos. Tive professores no México, EUA e URSS. Conheci Pixinguinha, Benedito Lacerda e Dante Santoro. Meu grande aprendizado de Choro foi quando eu era 'músico vira-lata'. Saía fuçando rodas de Choro todo dia depois do trabalho. Eu gosto muito de improvisar! Não toco uma frase repetida, cada vez que eu toco é uma frase diferente." (Altamiro Carrilho)


Cada vez que ouço Altamiro Carrilho, penso como o nosso país é injusto com seus verdadeiros heróis. O fato de você estar lendo esse blog e não fazer nem idéia de quem seja este senhor de 84 anos só comprova isso.
Carioca de Santo Antônio de Pádua, Carrilho é uma verdadeira lenda do choro, e da flauta transversal, instrumento que o acompanha a mais de meio século.Altamiro gravou mais de 100 discos, compôs mais de 200 canções e se apresentou em mais de 40 países. Altamiro, junto com Jacob do Bandolim e Pixinguinha faz parte de um seleto hall dos melhores instrumentistas brasileiros, mas infelizmente as premiações que Altamiro recebeu se restringem à elite brasileira (a detentora da cultura), enquanto que alguns nunca irão ouvir falar desse grande músico... uma pena!
Fica aqui a minha singela homenagem a Altamiro Aquino Carrilho (não, infelizmente o mestre não é meu parente!), espero que possa ter despertado a sua curiosidade na busca por materiais dele.


*
Aquino Neto (post dedicado a meu mais novo parceiro de aventuras blogueiras, Bruno http://oventriloquo.blogspot.com )
"Cansei da frase polida / por anjos da cara pálida (...) / agora eu quero a pedrada / chuva de pedras palavras / distribuindo pauladas."

Paulo Leminski