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terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Pena Branca e Xavantinho



Irmãos criados na zona rural de Uberlândia (MG), começaram a tocar juntos na infância. Em 1950, quando Pena Branca (José Ramiro Sobrinho) tinha 12 anos e Xavantinho (Ranulfo Ramiro da Silva) 9, o pai morreu, e todos os sete irmãos se viram obrigados a trabalhar na lavoura. Em 1958 participam pela primeira vez de um programa da Rádio Educadora de Uberlândia, ainda sem o nome Pena Branca e Xavantinho. Na década de 60 se apresentam em cidades do interior até 1968, quando decidem tentar a sorte em São Paulo. Passam a freqüentar clubes de música caipira, onde conhecem outras duplas, como Tonico e Tinoco e Milionário e José Rico. Gravam o primeiro compacto, "Saudade", em 1970, quando adotam o nome artístico definitivo. Durante os anos 70 se apresentaram em shows, inicialmente ao lado de Tonico e Tinoco, e mais tarde como atração principal. Em 1980 participaram do festival MPB Shell, defendendo a música "Que Terreiro É Esse?" acompanhados por 16 violeiros da Orquestra de Guarulhos e percussionistas, classificando-se para as finais. Em seguida lançaram o primeiro LP, "Velha Morada" e passaram a ser figura constante em programas de televisão e no rádio. Em 1987 o CD "Cio da Terra" teve participação de Milton Nascimento, promovendo a mistura entre estilos musicais. A dupla ganhou cinco prêmios Sharp ao longo da carreira, encerrada em outubro de 1999, com a morte de Xavantinho. Pena Branca continuou gravando sozinho, ganhando inclusive um Grammy Latino no ano 2000, até falecer segunda-feira, dia 7, vítima de um ataque cardíaco.


Pena Branca & Xavantinho - A música deste século por seus autores e intérpretes [2000]

1 O cio da terra
(Chico Buarque - Milton Nascimento)
2 Boiadeiro do norte
(Zulmiro Silva)
3 Casinha de aço
(Teddy Vieira - Roque de Almeida)
4 Amo-te muito
(João Chaves)
5 Velho catireiro
(Xavantinho - Pena Branca)
6 Reisado
(Teddy Vieira)
7 Calix bento
(Tavinho Moura)
8 Que terreiro é esse?
(Xavantinho)
9 Mazzaropi
(Jean Garfunkel - Paulo Garfunkel)
10 Felicidade
(Lupicínio Rodrigues)
11 Memória de carreiro
(Juraildes da Cruz)
12 Cuitelinho
(Antônio Xando - Paulo Vanzolini)
13 E a mata gemeu
(Xavantinho - Maria Chiquinha)
14 O cio da terra (2)
(Chico Buarque - Milton Nascimento)

Sinta a essência aqui.


quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Gene Krupa, "O começo e o fim de todos os bateristas"


Nas primeiras cenas de Pollock (Pollock,2000 de Ed Harris), o próprio Jackson Pollock chapado pergunta a seu irmão: -Quem é o melhor baterista do mundo? e ele mesmo responde: Gene Krupa!

No início da década de 20 o jazz de New Orleans já não era uma exclusividade dos negros, os brancos também começaram a se enveredar, e mesmo sendo considerado menos expressivo, era técnicamente mais acabado.O "jazz branco" da década de 20 ficou conhecido como Dixieland.

Eugene Bertram Kupa (1909-1973) veio a se tornar um dos músicos mais importantes do Jazz Dixieland. Baterista, bandleader e showman, Gene nasceu em Chicago, onde começou sua carreira ainda adolescente. Caçula de nove irmãos, aos onze anos arrumou um emprego limpando janelas em uma loja de instrumentos e partituras chamada Brown Music Company; com o dinheiro recebido resolveu comprar o instrumento mais barato da lista - uma bateria.

Entusiasmou-se com a idéia de tocar bateria e começou a procurar jovens músicos em sua escola e em chás dançantes para tocar com ele. Em breve suas atividades musicais começaram a interferir em sua vida acadêmica, dormindo freqüentemente na classe.
Descobre uma banda de músicos brancos que toca em um teatro na zona sul (South Side) de Chicago, da qual fazia parte um baterista chamado Dave Tough, de quem tornaria-se amigo e seguidor. Tough o leva para ouvir a King Oliver´s Creole Jazz Bandque estava de passagem por Chicago, e o jovem encanta-se com o estilo do baterista negro Baby Dodds, sendo esse seu novo ídolo. Krupa impressionou-se tanto com o estilo de Dodds que passou a dedicar-se quase que integralmente ao estudo do jazz negro. Naquela época músicos negros eram proibidos de tocar com brancos.

Apesar de seu visual de rebelde - cabelos revoltos e mascador de chiclete - Krupa era um músico extremamente disciplinado e estudioso.

Em 1934, o produtor John Hammond convence Krupa a integrar a orquestra de Benny Goodman, que então tinha como arranjador Fletcher Henderson. A transmissão do programa de rádio de Benny Goodman Let´s Dance para todos os EUA através da NBC trouxe rápido reconhecimento do talento de Krupa.

Após desentendimentos que já vinham da época das jam sessions em Chicago - Goodman achava que Krupa exagerava no virtuosismo - deixa a orquestra do bandleader para formar a sua própria, que contava com a presença do trompetista Roy Eldridge e da cantora Anita O´Day. A orquestra foi um sucesso até o ano de 1943, quando Krupa foi preso por posse de maconha e ficou preso por oitenta dias, saindo sob fiança. Volta por um curto período para a orquestra de Benny Goodman, antes de integrar a de Tommy Dorsey. Consegue formar sua orquestra novamente, e tem grande êxito até 1951 quando, influenciado pelo bebop, começa a tocar com formações menores, sendo um dos únicos bandleaders da era do swing a se modernizar.

Com suas técnicas, Gene Krupa tornou-se o grande mestre dos bateristas, ao mesmo tempo ídolo e professor de toda uma geração de músicos. The Gene Krupa Drum Method é o título de seu livro. Em 1941 criou o concurso Gene Krupa Drum Contest.

A seguir, rodou vários filmes em Hollywood, foi preso e condenado supostamente por posse de drogas. Nos anos 50 tocou com todos os grandes músicos da era, o clarinetista Buddy De Franco, o saxofonista Charlie Ventura e o trompetista Red Rodney, entre outros. Mas nunca se ateve a um só estilo, experimentando constantemente com os ritmos e novos elementos na bateria.

Embora fosse o primeiro baterista a tocar um solo no Carnegie Hall, Krupa conhecia os seus limites:

"Eu sempre olhei bem para o público, ao fazer um solo, e quando notava uma certa agitação nas pessoas, sabia que era a hora de parar com o show e dar espaço para o grupo voltar a tocar".

Em 1960, sofre um ataque cardíaco e reduz drasticamente suas aparições, participando esporadicamente de reuniões da orquestra de Tommy Dorsey. Morre em 1973, e apesar de estar sob tratamento para leucemia, sua morte foi atribuída a outro ataque cardíaco. Segundo alguns críticos de jazz, a arte de Kruppa nunca voi superada.

Gene Krupa foi "o começo e o fim de todos os bateristas", disse Buddy Rich em seu túmulo, elogio que vale dobrado, vindo de um colega e concorrente.

(Texto adaptado de EJazz, com inclusões)

Gene Krupa - Drum Boogie

Sinta a essência aqui.

"Cansei da frase polida / por anjos da cara pálida (...) / agora eu quero a pedrada / chuva de pedras palavras / distribuindo pauladas."

Paulo Leminski