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segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Sente na mesa, e tome um copo com Bukowsky!


Pornográfico, marginal, alcóolatra...e gênio!
* por Aquino Neto

Charles Bukowsky teve uma vida muito conturbada, assolada por problemas familiares, foi uma criança atormentada, filho de um militar frustrado que descontava seus problemas nos filhos.Não bastasse isso, o jovem Bukowsky sofria de infecções que deformaram a parte superior de seu corpo e seu rosto.
Encontrou amaparo nos livros e no álcool... tornou-se dependente dos dois.

Escreveu sua primeira poesia aos 15 anos, encontrava tempo para escrever quando estava nas messas de bar ou nos empregos temporários, que garantiam o seu sustento; até conseguir um emprego nos correios, onde ficou até os 49 anos de idade.

Bukowsky nunca teve reconhecimento de sua obra em vida.

Tudo o que escrevia era reflexo de suas experiências, axo que isso é o maior ponto forte da obra dele... A propriedade com que tratava de todos os assuntos abordados.Seus poemas, contos e romances eram mergulhados em uma Los Angeles marginal, de abuso de álcool e demais drogas, prostitutas, e... Henry Chinasky!

Chinasky é um personagem criado por Bukowsky presente em 5 de seus romances. Assim como o criador, Chinasky é um anti-herói, alcóolatra que não passa muito tempo nos empregos, e sempre metido com várias mulheres, Chinasky assim como Bukowsky passa muitos anos nos correios, emprego que detesta. [Deu pra sacar que Chinasky é um personagem autobiográfico né?!].

Chinasky foi retratado em dois filmes.Em "Barfly - Condenados pelo vício", filme de 1987 que tem o roteiro do próprio Bukowsky, ele é encarnado por Mickey Rourke.E em "Factotum - Sem Destino", de 2005, ele é interpretado por Matt Dillon.

Bukowsky morreu de leucemia aos 73 anos, em 9 de Março de 1994.

Existem livros de Bukowsky que foram lançados em formato pocket pela LP&M e podem ser facilmente encontrados e com preços accessíveis, como: Hollywood, Pulp, O amor é um cão dos diabos, Numa fria.

E pra aumentar a curiosidade sobre o mestre, segue aí um aperitivo:

A ÍNDOLE DA MULTIDÃO
(Bukowski)


Há suficiente traição,ódio,violência, absurdo no ser humano comum para abastecer qualquer exército a qualquer momento.
E os melhores assassinos são aqueles que pregam contra o assassinato.
E os melhores no ódio são aqueles que pregam amor.
E os melhores na guerra enfim,são aqueles que pregam paz.

Aqueles que pregam Deus precisam de Deus.
Aqueles que pregam paz,não têm paz.
Aqueles que pregam amor,não tem amor.
Cuidado com os pregadores
Cuidado com os conhecedores.

Cuidado com aqueles que estão sempre lendo livros.
Cuidado com aqueles que ou destestam a pobreza ou orgulham-se dela.
Cuidado com aqueles rápidos em elogiar, pois eles precisam de louvor em retorno.
Cuidado com aqueles rápidos em censurar,eles temem o que desconhecem.
Cuidado com aqueles que procuram constantemente multidões;
eles não são NADA sozinhos.
Cuidado com o homem vulgar
A mulher vulgar
Cuidado com o amor deles.

Seu amor é vulgar,busca vulgaridade
Mas há força em seu ódio,
há força suficiente em seu ódio para matá-lo,para matar qualquer um.
Não esperando solidão
Não entendendo solidão
Eles tentarão destruir qualquer coisa que difira deles mesmos.
Não sendo capazes de criar arte
Eles não entenderão a arte.
Considerarão seu próprio fracasso como criadores apenas como falha do mundo..
Não sendo Capazes de amar plenamente
Eles ACREDITARÃO que seu amor é incompleto
Então te odiarão.

E seu ódio será perfeito
Como um diamante brilhante
Como uma faca
Como uma montanha
Como um tigre
Como cicuta
Sua mais refinada ARTE.

Um comentário:

"Cansei da frase polida / por anjos da cara pálida (...) / agora eu quero a pedrada / chuva de pedras palavras / distribuindo pauladas."

Paulo Leminski