Qualificou-se para a equipe americana que disputaria os Jogos Olímpicos de 1936, em Berlim, capital da Alemanha, em provas de velocidade e salto em distância. Adolf Hitler e o regime nazista que imperava na Alemanha à época queria aproveitar os Jogos Olímpicos para demonstrar a superioridade da raça ariana. Chegou confiante em solo alemão, dizendo acreditar que ganharia 3 medalhas de ouro, mesmo sem querer parecer presunçoso. Jesse era a verdadeira antítese do que pregava a ideologia nazista.
Sua saga olímpica começou ao vencer os 100m rasos. Com o tempo de 10s3, igualou o recorde olímpico estabelecido quatro anos antes.
No salto em distância, quase não se classificou para a final. Havia errado nas 3 primeiras tentativas das eliminatórias, em uma prova em que ele era o recordista mundial. Seu adversário mais perigoso, o alemão Luz Long, certo de sua vitória, saudou Hitler nas tribunas com o braço direito erguido. Passando por cima das diferenças raciais, o alemão chegou junto de Owens e sugeriu que ele atrasasse seu ponto de arranque. Owens precisava de 7,15m para se classificar à final. Atendendo à dica do adversário, Owens saltou exatos 7,15m e se classificou ao apagar das luzes. Já na final, Luz alcançou 7,54m no seu primeiro salto. Owens conseguiu 7,74m. Na segunda tentativa, o alemão igualou o americano. Owens marcou 7,87m. O alemão vai à pista de novo e iguala a marca de Owens mais uma vez. Neste momento, o alemão seria o campeão mesmo com o empate, já que detinha os melhores saltos da competição. Hitler referiu-se a Owens como "africano auxiliar dos americanos". O americano então marca 7,94m, 10cm acima do alemão. Irritado, Hitler abandona o local. Em seu último salto, Jesse marcou 8,06m, confirmando sua segunda medalha de ouro. O adversário alemão foi o primeiro a lhe cumprimentar.
No dia seguinte, venceu os 200m, conquistando sua terceira medalha de ouro em 3 dias, vencendo os adversários, a chuva e o vento em Berlim, com o tempo de 20s7.
Jesse Owens ainda fechou o revezamento americano 4x100m rasos, conquistando sua quarta medalha de ouro. Este feito só foi igualado por Carl Lewis nos Jogos Olímpicos de Los Angeles, em 1984.
Porém, ao retornar aos EUA, Jesse Owens não teve uma recepção à altura de seus feitos. Os EUA também eram (e o são até hoje) um país racista. Foi ignorado pelos dirigentes americanos e pelo presidente da república Franklin Delano Roosevelt. Disse Owens: "Hitler não me cumprimentou, mas também não fui convidado para ir à Casa Branca receber um aperto de mão do presidente do meu país".
Owens viveu por muito tempo em dificuldades financeiras, aceitando correr contra cavalos, cachorros e motos em troca de dinheiro. Só foi ganhar dinheiro na década de 50, ao abrir uma empresa e começar a fazer conferências pelo país. Morreu aos 66 anos.
Em 2002 Molefi Kete Asante citou Jesse Owens em seu livro, um dicionário biográfico chamado "Os 100 maiores Afro Americanos".
Todo respeito a Jesse Owens!
(texto extraído do site Histórias do Esporte)
Pois é... E a Leni Riefenstahl, que ajudou o Hitler neste desafio perdido (e ganho pelo jesse Owens), terminou seus dias (101 anos de vida, para ser preciso) como observadora dos costumes anti-racistas, tribais 'ipsi literis' em África. bacana ver esse tipo de desafio dar certo a longo prazo!
ResponderExcluirWPC>
muito loko meu, o carinha é mó daora!!!!!!!!! Aí, fora racismo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
ResponderExcluirEngraçado é que o EUA quer passar para a história que a Alemanha Nazista era racista. Realmente isto é fato. O que o EUA não conta é que, no mesmo período, um senador do Mississippi apresentou um projeto para deportar os negros americanos para a Libéria, como forma de resolver o problema racial do momento e do futuro. Não vou mencionar o que o EUA fez com os japoneses e seus descendentes nascidos no EUA, também naquele período. É, a moeda sempre tem dois lados.
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